sábado, 7 de novembro de 2009

Ameaças à biodiversidade

Este é o problema com que nos deparamos no nosso século, pois o que sabemos sobre a biodiversidade é que o seu declínio se tornou nos últimos anos cada vez mais rápido.
 As correntes medições da biodiversidade mostram perdas superiores às perdas mais severas do passado e não mostram nenhuma tendência para o seu abrandamento.
Na Terra temos zonas de concentração de grande parte da biodiversidade da Terra: as consideradas "hotspots"- zonas tropicais e zonas  subtropicais que se encontram em risco de extinção, mas também existem outras não classificadas de "hotspots" extremamente ricas em biodiversidade - recifes de corais, zonas húmidas, lagoas e rios- em que algumas destas enfrentam maiores taxas de extinção que as florestas tropicais, uma vez que estão a ser mais activamente degradadas. Os biomas com maiores taxas de converção na última metáde do século XX foram zonas temperadas, tropicais, alagadas e florestas tropicais secas.
Dentro das espécies existentes em risco de extinção, as espécies endémicas, enfrentam um maior perigo. Estas são espécies, em cujas alterações no seu habitat poderão ser determinantes na sua extinção.

 Mas perda de biodiversidade não significa só extinção global, como a que enfrentam espécies ameaçadas ou em perigo,  não estamos  a falar apenas em perdas do número de espécies, mas em perdas por vezes de grande parte da população (90%) e provavelmente 50% da sua variabilidade genética (declínio genético), factor fundamental na adaptatibilidade da espécie.  A diversidade perde-se ainda  não só pela morte dos indivíduos, mas por estes deixarem de se reproduzir, Michael Soule and Bruce Wilcox (1980:8).

É verdade que ao longo da História de Terra ocorreram vários períodos de extinção das espécies em massa, com redução da biodiversidade até aí existente, no entanto sempre houve lugar há sua recuperação, surgindo  muitas vezes novas espécies e mais bem adaptadas ás condições existentes no meio.
Se favoráveis condições climáticas, por um  lado, originam a proliferação das espécies, melhores e novas adaptações, o inverso também ocorre. E o resultado das actividades humanas é o factor determinante da actual perda de biodiversidade, devido a alterações climáticas, e datam já de meados do século passado, sendo que agora estão a ter o seu efeito. Assim e comparando com as extinções que ocorreram no passado esta é a única atribuída ao Homem e também a única em que este participa e que sofrerá alevadas consequências junto com as outras especies.

O facto da população humana estar em constante crescimento, incrementa o Stress nos ecossistemas e torna-se difícil falar-se em recuperação nos tempos mais próximos.

É hoje fundamental tentar evitar o "efeito de fragmentação" , em que a destruição de alguns extensos habitats faz com que os pequenos e isolados restantes tenham dificuldades em manter os stocks de espécies por muito tempo, acabando por a longo praso não resistir e assim contribuir não só a curto praso como também a longo para uma redução drástica na biodiversidade da Terra. É importante refrir que perdas de espécies implicam consequêntemente a perda de outras mesmo que por razões ambientais não se encontrem ameaçadas, mas que por fazerem parte de uma rede trófica de um mesmo ecossistema serão inevitavelmente afectadas incorrendo no mesmo risco.
A perda de biodiversidade é causada por um conjunto factores naturais ou humanos que directa ou indirectamente causam uma modificação no ecossistema.
O mais importante responsável directo  pela perda de biodiversidade e mudanças no ecossistema são as mudanças no habitat.  As alterações actuais dos habitats são dominadas por causas antropogénicas indirectas como o crescimento do consumo dos serviços dos ecossistemas, o crescimento do uso dos combustíveis fósseis, que resultam do crescimento das populações e do consumo per cápita o que aumenta a pressão sobre o ecossistema e a diversidade, devido a mudanças climáticas, espécies invasoras, sobreexploração de espécies e poluição. Muitos destes factores vão ter importantes impactos no próximo século.
Há, também, cinco responsáveis indirectos nas alterações da biodiversidade e função dos ecossistemas: demográficos, económicos, sociopolítico, cultural e religioso e ciêntífico e tecnológico.
Se por um lado o desenvolvimento e a difusão do conhecimento ciêntífico e tecnológicos podem permitir ou incrementar o uso eficiente dos recursos, por outro fornece os meios para aumentar a exploração dos recursos e muito embora tenhamos sempre cada vez mais áreas protegidas, assim como essa preocupação, estas são ainda uma ínfima parte da superfície a proteger, e mesmo estas encontram-se actualmente já em risco e sujeitas a factores de poluíção inevitáveis (ex: chuvas ácidas).
Logo pode concluir-se que só poderemos proteger a biodiversidade protegendo a biosfera e a protecção da biosfera passa pelo controlo de sectores fundamentais como a agricultura, pesca, crescimento demográfico, espécies invasoras.
 No entanto, os humanos têm a oportunidade de aplicar práticas de restauração de habitats que poderão salvar algumas das espécies, que de outra forma teriam uma trajectória até à extinção. É de resalvar, que estas medidas não permitirão salvar as espécies mais sensiveis, que se extinguirão assim que ocorrer a perda de habitat. No entanto um esforço conjunto de todos, população, políticos e governantes e as várias instituições terão um papel fundamental no futuro do "futuro", se todos nós fomos capases de intervir de forma tão drástica no nosso Planeta, se conhecemos agora o que de errado tem sido feito e também o que poderemos fazer para evitar maiores consequências e tentar " travar " algumas destas, é então tempo de passar ao activo, garantindo assim um futuro mais risonho às nossas gerações futuras.

Lince Ibérico

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